Traficante 'Ratomen', apontado como autor do assassinato de agente do Core, é morto por policiais na Cidade de Deus
19/08/2025
(Foto: Reprodução) 'Ratomen', apontado como autor do assassinato agente do Core, é morto por policiais na Cidade de Deus
Redes sociais
O traficante Gabriel Gomes da Costa, conhecido como "Ratomen", foi morto na noite desta segunda-feira (18) por agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), na Cidade de Deus, no Rio de Janeiro. Ele é apontado pela polícia como um dos autores da morte do agente da corporação José Antônio Lourenço, o Mocotó.
Lourenço foi baleado durante a Operação Gelo Podre realizada em maio na comunidade. Além de agente da tropa de elite da instituição, ele era diretor jurídico do Sindicato dos Policiais Civis e foi subsecretário de Ordem Pública do Rio de Janeiro. (Leia mais abaixo).
Segundo nota do Core, Ratomen estava armado quando foi encontrado pelos agentes. Ele teria reagido à abordagem e, por isso, foi alvejado. O documento diz ainda que ele foi socorrido a uma unidade de saúde, mas não resistiu.
O traficante era gerente de uma boca de fumo na comunidade e, de acordo com a polícia, exibia armas de fogo nas redes sociais.
Pela execução de Lourenço, havia um mandado de prisão temporária para Ratomen desde 3 de junho deste ano. O Core afirmou em nota que seguirá à procura dos outros envolvidos no crime.
Morte de agente do Core
Operação contra fabricação e venda de gelo contaminado tem intenso tiroteio na Cidade de Deus, e policial morre baleado
O policial civil José Antônio Lourenço, morto durante a Operação Gelo Podre, era agente da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), a tropa de elite da instituição, e já foi subsecretário de Ordem Pública do Rio de Janeiro.
"Obrigado pela sua amizade e parceria. Ser humano diferenciado, profissional absolutamente íntegro e dedicado.Que Deus te receba, irmão", escreveu o secretário municipal de Ordem Pública, o delegado Brenno Carnevale.
Lourenço também era o diretor jurídico do Sindicato dos Policiais Civis e fundou a Evolugis, uma consultoria de gestão e liderança empresarial.
Em suas redes sociais, postava sobre sua vida profissional, fotos e declaração à mulher, Marcelle, e à cachorra do casal.
Em 2021, ele postou o poema "Heróis da vida real", de Bráulio Bessa, ao lado de uma imagem em defesa da importância da vida dos policiais militares.
"[Herói] É um bom policial
arriscando a própria vida
pra que a sociedade
esteja bem protegida,
um voluntário na guerra
distante de sua terra
cuidando de uma ferida", diz um dos trechos do poema.
O policial civil José Antônio Lourenço
Reprodução
A equipe da qual Lourenço fazia parte dava apoio às delegacias do Consumidor e do Meio Ambiente no cumprimento de mandados de busca na Cidade de Deus. Houve intenso confronto e ele foi baleado.
De acordo com a Secretaria Estadual de Polícia Civil, Lourenço foi socorrido e levado para o Hospital Municipal Lourenço Jorge. Ele foi submetido a um procedimento cirúrgico, mas não resistiu aos ferimentos.
O corpo dele será sepultado nesta terça (20), às 15h, no Cemitério Jardim da Saudade Sulacap.
Repercussão
“A perda de um dos nossos é sentida com dor e indignação. A secretaria se solidariza com os familiares, amigos e colegas neste momento de luto, também vivido por cada um da instituição”, escreveu a Polícia Civil, em nota..
O prefeito Eduardo Paes também postou: "Lourenço trabalhou conosco como subsecretário de operações da Secretaria de Ordem Públicas nos anos de 2022 e 2023. Perdemos todos um servidor público dedicado. Um policial especial! Meus sentimentos às familiares e amigos, especialmente ao secretário Brenno Carnevale. É mais um policial que perdemos".
"Hoje, mais uma vez, nossos agentes estavam nas ruas pra combater o crime, e, infelizmente, o policial civil José Antônio Lourenço, da CORE, morreu atacado por marginais durante uma operação na Cidade de Deus. Minha solidariedade à família e aos amigos", escreveu o governador Cláudio Castro.
Mapa mostra onde agente da Core foi morto
Infografia: Bruna Azevedo/g1
José Antônio Lourenço, agente da Core morto na Cidade de Deus
Reprodução/Instagram
Operação contra fabricação e venda de gelo contaminado tem intenso tiroteio na Cidade de Deus, e policial morre baleado
Operação mira fábricas de gelo
Os alvos da operação de maio foram uma fábrica na Cidade de Deus e uma distribuidora na Barra da Tijuca. Segundo as investigações, as empresas dominam boa parte do abastecimento de gelo em quiosques e bares da região.
A investigação começou em fevereiro, quando uma fiscalização conjunta coletou amostras do produto em quiosques da orla. Dois laudos da Cedae confirmaram a presença de coliformes fecais.
Policiais e técnicos retornaram para verificar as condições de armazenamento e a qualidade da água utilizada; checar possíveis ligações clandestinas de energia elétrica e consumo irregular de água; e apurar crimes ambientais e contra o consumidor.
A Decon informou que novas amostras serão recolhidas e encaminhadas à perícia para confirmar a contaminação.
“A presença de coliformes evidencia falhas graves no controle sanitário. Estamos desde o ano passado fiscalizando várias empresas, algumas clandestinas, que atuam na venda de gelo, mas sem qualquer cuidado com a saúde e o ambiente. Não têm credenciamento, atuam fora da lei. Seguimos trabalhando para evitar que a população seja enganada e consuma produtos fora dos padrões sanitários”, disse o secretário estadual de ambiente, Bernardo Rossi.
Delegacia do Consumidor cumpre mandado em fábrica de gelo
Reprodução